Iniciando na Sala de Aula Invertida

           

                            O processo da aula invertida já foi debatido muitas vezes. A proposta é muito interessante. Mas se faz necessário a participação da escola, como um todo, não colocando apenas a responsabilidade no professor.

                Muitas escolas são conteudistas e visam apenas que o aluno passe em concursos. Há uma transmissão enorme de conteúdos, pois os mesmos serão cobrados nos vestibulares. O ritmo das aulas é intenso para os professores e para os alunos. O conteúdo programático é trabalhado, muitas vezes, em um curto espaço de tempo. Existem assuntos que demandam mais tempo do que outros. Em muitos casos, estes assuntos não são trabalhados da maneira adequada para que haja a assimilação devida por parte dos educandos.

                Professores que estão vivendo esta realidade poderão trabalhar com o processo de uma sala de aula invertida? Será que terão a autoconfiança necessária em realizar esta mudança em sua metodologia de trabalho ?

                Toda mudança demanda tempo para que haja uma assimilação do contexto e sua posterior aplicação.

                Em primeiro lugar, o professor deverá deixar a ansiedade de lado e começar a fazer a prática aos poucos. Com a sua experiência profissional e os recursos de hoje, ele poderá fazer atividades simples em que o aluno venha a conhecer previamente o assunto a ser abordado em sala de aula.

                        Estou em exercício do magistério há mais de 30 anos. Durante esse período, percebi que alguns tópicos da minha disciplina são mais difíceis de serem assimilados pelos alunos. Outros têm uma importância mais relevante. Sentindo, então, a necessidade de um maior aprofundamento nesses conteúdos, realizei certas atividades nas escolas onde estava lecionando. Os alunos deveriam :

  • Resumir um assunto novo em fichas pautadas A4.
  • Resolver questões do livro referentes a um determinado tema antes dele ser abordado nas aulas.
  • Realizar uma experiência em casa (referente à Física, Química ou Biologia) e anotar as observações da mesma. Vale ressaltar as experiências não ofereciam perigo à integridade dos alunos.
  • Compor uma paródia, cartum ou literatura de cordel abordando um assunto específico e apresentação na frente da turma.

                 O primeiro exemplo foi realizado com turmas de Enfermagem. Os alunos resumiam as principais doenças em quatro fichas A4. O resumo teria que abordar o agente etiológico, as formas de transmissão, os sintomas e a prevenção de cada doença. Na data de apresentação das fichas, aplicava-se um teste onde o aluno consultava as mesmas para resolver as questões. Nas aulas seguintes, este assunto era explicado normalmente.

                Os demais exemplos foram realizados em turmas do Ensino Fundamental II bem como do Ensino Médio.

                Em todos os casos, quando realizava a abordagem do assunto posteriormente, era notável que os alunos tinham uma ótima noção do mesmo, bem como realizavam questionamentos interessantes e com bom grau de conhecimento.

                Atualmente, uso o meu site que me auxilia no processo de ensino-aprendizagem. Ele apresenta um AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem) que atende a minha necessidade em sala de aula.

Temos abaixo alguns exemplos de atividades realizadas com os meus alunos.  

 

1.       Sistema Solar

2.       Sistema Solar e solo

3.       Terra vista do espaço em tempo real

4.       Importância da água.

5.       Meteorologia

6.       Atividade de Citologia  

 

                    As atividades acima citadas foram respondidas pelos alunos antes da abordagem dos assuntos em sala de aula.

                    Uma das ferramentas que incluo no site é o formulário do Google. Ele é muito versátil. Posso colocar imagens, textos, links, vídeos e questões que deverão ser respondidas até um determinado prazo. Eu recebo as respostas por meio de uma planilha eletrônica. A planilha, inclusive, apresenta a data e hora em que as respostas foram enviadas.

                    sala de aula invertida (flipped classroom) é considerada como a “educação do futuro”. O que sugerimos é que o professor vá se adaptando aos poucos com a ideia e que utilize os meios que domina para depois partir para os mais complexos. Durante o processo, é muito importante que o professor estude o assunto. Além disso, se as escolas têm interesse na metodologia se faz necessário que também forneçam os recursos adequados para implementação eficaz do processo.

 

Texto de Flávio da Silva Souza

 

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